quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Apontamentos de dia 28 - #2

Apontamento #2




No passado dia 28 tive a sempre agradável oportunidade de assistir a uma novela da noite da TVI. Não arrisco dizer o nome porque, no meio de tantas, o mais certo era eu dizer que era a "Vai Para a Flor Que Te Leve". Uma oportunidade que se tornou ainda mais agradável pelo facto de ter assistido à dita novela numa televisão sem som.

A determinada altura, deparo-me com uma cena em que entram Alexandra Lencastre (numa invulgar aparição numa novela da TVI) e José Wallenstein, cujo cenário é um gabinete de trabalho. Creio que seria o gabinete da personagem de Wallenstein, segundo me pareceu.

À falta de som, os meus demais sentidos apuraram-se. O olfacto e o paladar ainda estavam nas bifanas do jantar, o tacto também não servia lá de grande coisa... Sobra a visão. Por isso, ouvi com os olhos a conversa que se passava no ecrã entre aquelas duas personagens da novela. Talvez por ter visto o filme Sherlock no dia anterior, estava disposto até a analisar os vários elementos do ecrã numa novela da TVI, em busca de alguma conclusão. E assim foi.

1) Actriz: Alexandra Lencastre;
2) Actor: José Wallenstein;
3) Acção: Conversa intensa, algo entre uma discussão e uma negociação. Há um impasse, uma discordância entre os dois.
4) Cenário: Gabinete de trabalho com a porta fechada, onde só estão Alexandra Lencastre e José Wallenstein.
5) Caracterização: Ambos estão vestidos dentro de um estilo formal, mas não muito formal. Nada de casacos, blazers ou outros adereços incómodos/privadores de mobilidade.
6) Canto superior esquerdo: logotipo da TVI.

Somei, então, todos estes factores, com especial relevância para o último, e o resultado foi que ia haver uma cena de amor, com sedução prévia por parte da Alexandra Lencastre, entre os dois. Senti, desde logo, que aquilo ia acabar numa camisa rasgada e em marcas de baton no pescoço do José Wallenstein.

E não é que, surpreendentemente, um pouco mais tarde, a minha premonição veio a confirmar-se? Desviei os olhos da televisão por momentos e, quando dei por mim, a mesa já não separava os dois actores. Estavam agora de pé, frente a frente, e a Alexandra Lencastre começava a sorrir como ela bem sabe (vale a prática das 632 novelas anteriores onde protagonizou cenas semelhantes)... Não tardou muito mais até que se envolvessem em carícias labiais, encostados a uma parede do gabinete.

Perguntei-me, de seguida, se seriam as novelas da TVI assim tão previsíveis ou se serei eu um perito nas mesmas. Obviamente, afastei a primeira hipótese (não tem qualquer cabimento, onde já se viu dizer que as novelas da TVI são previsíveis?) e, orgulhosamente, sorri perante a minha mestria no assunto.

Ainda assim, sei que posso melhorar. Esta era fácil, visto que o José Wallenstein, para as pessoas que escrevem novelas, compreensivel ou incompreensivelmente (opto pela segunda), é um monstro da sedução. As mulheres caem-lhe nos braços com um estrondo e facilidade semelhantes aos do vocalista dos Squeeze Theeze Pleeze na gala do EuroMilhões. Além disso, ainda falhei alguns pormenores, desta vez. E já que o tema é sedução, começo por aí: não houve tanta sedução prévia por parte da Alexandra Lencastre como eu julgava. Pelo menos, não pareceu tão manipuladora como seria de esperar de uma personagem dela numa cena destas. Outro erro de avaliação: foi Wallenstein o vampiro de serviço que tentou sugar as entranhas da Alexandra Lencastre pelo pescoço, ao contrário do que previ. Sinais do tempo. A moda do Crepúsculo veio para ficar. Ah, e a camisa não acabou rasgada. Não houve dinheiro suficiente para pagar o privilégio de ter na novela um vislubre do peito e do abdómen nus do José Wallenstein. Na verdade, não creio que haja dinheiro suficiente no Mundo para pagar o caché correspondente a tamanho privilégio.

Sou ainda um amador, portanto. Mas, lá está, as novelas da TVI são tão imprevisíveis que não é fácil adivinhar o que vai acontecer... Por isso, continuo orgulhoso do meu trabalho. Além disso, hoje (já dia 31) vi, na mesma (seria a mesma ou uma diferente?) novela, um actor capaz de transformar aquilo que deveria ser um suspiro profundo de mágoa num retumbante ronco. "Não percebo porque é que ela me fez isto... *hrrrrrróónc*" Uma proeza notável.
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Este é o último post do Autocarro Copa D em 2009, o ano do seu nascimento. Está a ser finalizado ao som do "vídeo do ano", a primeira actuação de Susan Boyle no Britain's Got Talent. A ela, à Diana, à Sofy e a quem, mesmo não deixando patente o seu afecto - que, indubitavelmente, sente - por este humilde blogue, o visita, os votos de um próspero 2010. Para o ano há mais blogging e motivos para rir (olha... as novelas da TVI). E para sorrir, esperemos. É o desejo do Autocarro, que haja motivos para sorrir, mais do que motivos para rir. Especialmente se, para rir, estiverem a contar com este blogue...

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Apontamentos de dia 28 - #1

Apontamento #1



Fui à loja de roupa que dá pelo nome de Desigual. Já lá tinha ido uma vez, mas nessa altura fui "directo ao assunto", tinha umas prendas de Natal para trocar, fui à parte de homem e trouxe todas as peças que eu gostava, entre tudo o que havia. Era época de saldos e com o que tinha para trocar, tinha margem para uma pequenina loucura. Trouxe duas peças. Mas, lá está, olhei e, mal vi algo que até achasse engraçado, fui logo experimentar e quando atingi o valor do que me tinham oferecido fui-me logo embora. Não perdi muito tempo por lá.

Acontece que, ontem, voltei a lá entrar e, desta vez, com duas nuances fatídicas. A primeira: não ia lá comprar nada, entrei por entrar. A segunda: entrei com uma jovem rapariga e ela também não ia comprar nada, só ver como é que aquilo estava.

Ora, como é óbvio, ao entrar femininamente acompanhado, corri a loja toda - e vagarosamente, com tempo para olhar com alguma minúcia a maioria das peças expostas. Grave. Muito grave.

Eu compreendo a filosofia da loja e acho-a até deveras interessante. Mas, como tudo o que urge por ser diferente, a linha entre a genialidade e a foleirice é perigosamente ténue. Na Desigual, há a festiva parte feminina da loja, tudo muito bem. Ao fundo há a parte masculina e a zona infantil, também tudo bem. Mas há um problema: a parte do meio.

Numa loja como a Desigual, é preciso uma sensibilidade estética altamente invulgar para se conseguir andar na parte do meio. É neste meio que a tal linha ténue se faz sentir. Ela troveja sobre os nossos sentidos, para ser mais correcto. E o pior é que não é só uma linha entre o que é genial e criativo e o que é foleiro, mas também uma linha entre o que é para homem e o que é para mulher. É um verdadeiro desafio. Por estar no meio, não sabemos se ainda estamos na parte feminina ou se já entrámos na parte masculina e, sabendo disso, a Desigual goza com a nossa cara de leigos na estética e coloca lá camisas. Uma vestimenta relativamente universal, tanto homens como mulheres gostam de usar uma camisa informal, casual. Mas pior ainda é que a selecção das camisas é cuidadosamente feita para que nessa parte híbrida estejam as camisas menos masculinas que se possam imaginar, mas com um corte desenhado para um corpo de homem. Tornando a parte do meio ainda mais híbrida!

Eu confesso, nunca me senti tão confuso numa loja de roupa. Não sei se o facto de aquela zona estar entre a parte de mulher e a de homem significa alguma coisa relacionada com dúvidas existenciais sexuais, para quem não sabe bem para que lado se há-de virar ou para o Carlos que, duas noites por semana, veste a pele de Carmen num clube recatado... Mas que é um local intrigante, lá isso é. Falo da parte do meio da Desigual, não do clube recatado, bem entendido...

Eis que a minha amiga interveio, talvez apercebendo-se do meu olhar embasbacado, afirmando que aquelas camisas eram para homem. Eu comecei por rir-me, ainda mais convencido que era uma continuação da parte para mulher. Ela insistiu, com um ar mais sério, e eu comecei a ficar realmente confuso. Bem, mas não me considero um inculto. Ainda acho que não é muita gente que, na presença de uma camisa de cores berrantes às bolas vermelho-vivo, consegue perceber que é para homem... Mas quem é que acha que um padrão às bolas (em cores berrantes) entra na indumentária de sonho de um homem?? São estes os "experts" da Desigual? Epá, vão apanhar cavacas.

Mas, para não dizerem que sou muito duro ou que sou preconceituoso, devo ressalvar que é um tipo de camisa que um homem gostaria de usar numa praia do Hawai. Aliás, imaginamos o James Bond a usar algo do género numa praia paradisíaca, enquanto, bebendo uma Piña Colada, vê a sua Bond Girl regressar do banho de mar. No futuro, talvez isto venha a ser possível, mas hoje em dia, por causa desta mentalidade tão fechada que temos, creio que ainda são poucos os homens que se lembram da Desigual e dos seus preços quando pensam em comprar uma camisa para usar na praia. Não faz sentido, eu sei, mas é o país que temos, como se costuma dizer...

No dia em que o James Bond pedir um Martini seco batido, não mexido num casino (em vez da Piña Colada na praia do Hawai), e empunhar a sua lustrosa pistola envergando uma camisa daquelas, podem vir convencer-me que aquilo é para homem. Até lá, não gozem comigo e ouçam as duas dicas que tenho para vos dar. 1) Aquilo que está lá em cima é que é uma camisa Stars & Stripes à cowboy do countryside americano. Aquilo sim. Juntar uns remendos azuis, vermelhos e brancos tentando recriar vagamente tão histórica e clássica camisa... Isso não é nada. 2) Sou adepto da eficiência e acho muito bom que se aproveitem todos os restos de tecido para vender umas camisas e t-shirts que parecem as minhas calças de quando tinha 8 anos e gostava de jogar futebol no cimento e outros pisos mais consistentes do que as calças, fazendo dos remendos o destinatário de uma fatia considerável do orçamento familiar. Ok, vá, ironias à parte, acho, sinceramente, uma boa filosofia criar peças originais usando esse método. Podem, realmente, fazer-se coisas giras assim. Mas tenham dó, não se mete um resto de tecido amarelo com listas brancas na braguilha de umas calças de ganga... Para homem.

domingo, 27 de dezembro de 2009

E porque não...?


Todos temos grandes acessos de inspiração criativa que nos avassalam com a sua magnitude, na escala de genialidade. Também eu tive um, na noite passada, com uma magnitude de fazer corar Richter e o sismo do passado dia 17. E não envolveu nada relacionado com autocarros, como é habitual. Aaah, se eu e o Zé Manete juntássemos as ideias que já tivemos, fazíamos fortuna... Mas adiante, não se trata hoje de nada ligado a esse veículo dos deuses. Contudo, está relacionado com o segundo grande prazer da minha vida, que é a comida.

Ainda assim, também surpreendentemente, não se relaciona com enchidos, tremoços ou frutos secos. Mas vamos por partes. Começo por falar um pouco de uma fabulosa invenção dos tempos modernos, provavelmente aquela que Leonardo da Vinci mais invejaria, se fosse vivo: o descaroçador.

Tive o cuidado de utilizar uma imagem do descaroçador em plena acção. E logo num ananás. Pode ser um pouco hardcore para as mentes mais sensíveis, bem como para as mais rudimentares, que ainda roem a fruta em torno do caroço. Já agora, alguém se lembra daquele anúncio de uma marca de pizzas em que uma senhora e o seu companheiro se debatiam sobre um ingrediente: mozzarella ou ananás? Ele bradava por mozzarella, ela retorquia com um insistente ananás. Sabem? Não? Bem... Continuando.

Ora, sucede que este extraordinário avanço tecnológico, assim como outros que o antecederam, trouxe consigo uma enorme situação de injustiça e inequidade. E eu não podia ficar indiferente, ou não fosse um paladino da justiça... Rob... Robin? Robin?... Quantas vezes tenho de te dizer para não pores a mão nas minhas pernas? E tem dó, por favor, não sabes que estás a usar calças de latex? Tem vergonha na cara, ou achas que alguém acredita que andas com um iogurte Activia, dos líquidos, nas calças? E não me venhas com as tuas tretas do estômago desregulado, és ou não és um superherói? Espera por mim no BatMobile. Vai. Xô.

Ok, se calhar não quero ser um paladino da justiça e muito menos usar fatos de latex, ainda mais agora que o Sócrates quer esvaziar os armários. "Sair do armário", o Sócrates vai esvaziar os armários... Não sei se o trocadilho ficou claro, por isso assumo a humilhação de ter de o explicar.

Não obstante, a injustiça dos descaroçadores preocupa-me. O motivo é muito simples: há aqui fruta a ser discriminada. Nomeadamente, a fruta que tem pevides em vez de caroços. E isso fez-me pensar:

Porque é que não há-de existir um despevidador?

Esta derradeira, profunda indagação faz-me perceber como o Blogger é limitado. É uma interrogação que merece ser rodeada de luzes à Broadway, ou, quem sabe, à Moulin Rouge. Merece bem mais do que um negrito e um itálico. Ponto a melhorar, por parte do Blogger.

Mas o facto é esse. As maçãs, as peras e até os ananases estão nas suas sete quintas (literalmente... quintas; não tão literalmente... sete). Assim como os seus produtores, pois sabem que as pessoas continuarão a preferir as suas frutas, tendo um descaroçador para as comer e desfrutar do seu saboroso suco com o maior conforto. E os melões? E as melancias? Temos em mãos uma grave assimetria concorrencial. Os frutos com pevides estão a ser esmagados pelo descaroçador. O meu apelo é a que parem de ser metaforicamente esmagados pelo descaroçador e passem a ser literal e apropriadamente despevidados por um despevidador. Para que as frutas sejam igualmente fáceis de comer pelo consumidor e, assim, compitam justamente pelas suas dentadas. Há melões que se querem envolver ardentemente com os ácidos estomacais humanos e não podem. Porquê? Porque a maçã e outras frutas têm um descaroçador!

É a causa do momento. Os próximos passos são poderem juntar-se a ela no Facebook e criar uma petição online, que surte sempre um efeito tremendo na sociedade.

Até lá, podem sempre mandar donativos. Tudo pela causa! Ainda para mais, é Natal...

Dêem vida ao despevidador :: Bring the depevitator to life :: Donnez de la vie au dépévitateur

sábado, 12 de dezembro de 2009

Have yourself a merry little Christmas


Está a chegar mais um Natal. Já diria a tia Maria do Rosário, e com toda a sapiência: "O tempo passa a correr, parece que ainda foi ontem o Natal...".

Pois é. É a crua realidade. É Natal de novo e, como tal, é tempo de se dizer e fazer 90% do total de clichês existentes um pouco por todo o Mundo. Fazer e apelar aos gestos generosos, começar a prometer deixar de fumar na passagem de ano, ver como é que vai estar o tempo na Serra da Estrela, escrever posts natalícios no blogue... Ouvir músicas de Natal.

Na rádio e na televisão, começa a ouvir-se aquela percussão típica das músicas natalícias e cantos corais de músicas que toda a gente só se lembra mesmo nesta época. E lá se vai comprar um CD "Christmas Songs", provavelmente dos Il Divo, para pôr a tocar lá em casa. Foi neste espírito natalício que fui recordar alguns dos principais clássicos desta quadra festiva. Mas fiquei-me pelo YouTube. Digam que tenho um coração gelado, mas acho que chega bem para os meus propósitos. E o YouTube tem a vantagem adicional de se poder ouvir a música acompanhada de um videoclip. Vantagem que é empolada quando se trata de um videoclip como o de "Have Yourself a Merry Little Christmas", da intérprete Judy Garland.

A imagem já é sugestiva, mas claro que a mensagem fica muito mais clara no vídeo. Judy Garland não estava a brincar quando quis desejar-nos um pequeno Natal feliz. E haverá mais eficaz modo de transmitir essa mensagem de alegria e felicidade do que através deste vídeo? Através de um videoclip simplista, cuja história se desenrola (bem, na verdade não desenrola grande coisa porque não há história, a única e grande viragem do vídeo dá-se quando Judy Garland subtrai, lentamente, uma peça da sua indumentária - aquele lenço que se vê na imagem, bem entendido) num ambiente obscuro e em que a cantora se faz acompanhar por uma criança, estando ambas com um ar tremendamente enfadonho e tristonho. Admiro a criança. Não deve ter sido fácil fingir um ar tão grandemente triste como aquele. Pensando bem, eu cá acho que aquela criança sofreu. E sofreu psicologicamente. Não é possível fingir tamanha angústia sem haver jogos psicológicos da pior e mais cruel espécie metidos ao barulho.

E chegamos à parte em que o leitor julga que eu estou a gozar com uma aparente incoerência entre a mensagem da música e a mensagem do videoclip. Nada disso. Para mim, tudo bate certo. O que se passa é que a mensagem que Judy queria transmitir não era exactamente "have yourself a merry little Christmas". Era, sim, "have yourself a merry little Christmas, since I'm in the mud". Não compreendo porque é que não optou por este título, mais esclarecedor. Afinal de contas, um título que já leva 33 caracteres distribuídos por 6 palavras também leva 48 caracteres, 1 vírgula e 1 apóstrofo distribuídos por 12 palavras (eu conto I'm como I am)...

Aliás, os últimos dois versos da música são "Until then, we'll have to muddle through somehow/So have yourself a merry little Christmas now". Está tudo dito. Antes do grande final, do grande e memorável desejo de um pequeno Natal feliz aos seus ouvintes, Judy Garland aplica, não por obra do acaso, o verbo "muddle through". O seu significado é algo como deambular, aguentar de pé com alguma dificuldade. Mas certamente haveria outros sinónimos. Este é cirurgicamente escolhido por conter "mud". E, objectivamente, ela partilha uma atitude deambulatória, típica de quem está infeliz e perdido na vida.

Com isto, meus amigos, atinjo o zénite deste meu texto. Judy Garland estava na lama quando escreveu este clássico de Natal. Mas não perdeu o sentido altruísta e o espírito natalício e cantou votos de que o demais Mundo tivesse um pequeno Natal feliz... Já que ela não o iria ter. Mas, com a mania de darem títulos microscópicos às músicas, perdeu-se esta segunda parte da mensagem.

O Autocarro recupera-a e, por mais tardio que seja, dá o ombro à Judy para ela chorar.

O que era escusado era fazer o que quer que tenham feito (e algo fizeram, não tenho dúvidas disso...) àquela pobre criancinha. Afinal de contas... É Natal.