sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

São duas da manhã e concluo que...



Vinha eu hoje no autocarro a caminho da faculdade quando de repente me apercebi de que a senhora que ia à sentada à minha frente estava discretamente a ler um artigo de uma revista. Que artigo seria aquele? Porque o estaria ela a lêr tao cedo? Porque é que inclinava a revista sempre que alguém se levantava? Porque é que parecia babar-se enquanto os seus olhos percorriam as duas páginas, letra a letra?

Pois bem, eu, como jovem dedicado ao estudo comportamental da sociedade lisboeta quando dentro de um autocarro, resolvi simular que algo me incomodava (uma especie de comichão) e ir espreitando para o artigo. "O meu marido perguntou-me o que era aquilo", "Sinto-me húmida com as cuecas vibratórias". MAS QUE PORRA É ESTA?!

Meus anjos e minhas anjas, apresento-vos o novo grito do prazer: as Cuecas Vibratórias!!

Segundo o que consegui ler muito rapidamente, são umas cuequinhas que vibram, podendo assim qualquer rapariga, mulher, idosa ou rabeta, sentir um intenso prazer sem que ninguém se aperceba. Contudo... isto vai ser O FIM! Permitam-me que explique.

Raimundo, de 42 anos, chega a casa depois de uma fatingante tarde de trabalho e chega ao quarto. A sua mulher, Cristina, encontra-se sentada à beira da janela do quarto. Raimundo, sempre muito romantico, segreda-lhe: "vou-te comer toda e saciar este desejo que me entope a alma". Cristina, olha para ele e diz: "huummmmm... hummm...". Raimundo sente-se poderoso. Porém... "Munduxo "(diminutivo estranho de Raimundo) eu não preciso que me dês prazer. Casei-me contigo por amor. Quero que sejas um bom marido e nada mais. As minhas cuequinhas do prazer já me estão a pôr doidinha".

Raimundo diz-lhe: "vamos para a cama e vamos fazer um filho. Era tão bom recebermos o subsídio!"

Começam a beijar-se e deitam-se na cama. Raimundo arde de desejo, despem-se... "NAAAO!! Munduxo! As cuequinhas não sao para tirar!"

Raimundo enfurecido sai do quarto. Passados 20 segundos bate à porta do quarto. Entra. Esfaquei-a Cristina até à morte. Salta da janela. Cai em cima de uma grávida de gémeos, matando subitamente os três, levanta-se e morre atropelado.

Resumindo: o uso de cuecas vibratórias, neste caso, levou à morte de 1+1+1 e impediu o nascimento de 2 gemeos e de um possivel filho do casal.

Meninas: Não usem cuecas vibratórias. Usem-me a mim e sejam felizes.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Psycho: susto na banheira

"O drama! A tragédia! O horror..."
Começo hoje citando uma grande personagem e figura incontornável da televisão portuguesa (não tão incontornável como o Fernando Mendes e a sua barriga, mas ainda assim ostenta um ventre de respeitável porte), Artur Albarran.
E cito-o por uma simples razão e que se prende não com a autoridade que palavras de alguém como o Artur conferem a este meu texto, não com a sapiência dessas mesmas palavras, mas sim porque...
... bem, porque foi o que senti hoje de manhã no banho.
Tudo se passou ao experimentar um novo gel de banho que me haviam oferecido, de uma marca bem posicionada no mercado da qual não vou mencionar o nome. Para não a difamar. E também porque já não me lembro do nome mesmo, na verdade isto não se passou hoje de manhã mas já há uns tempos atrás, eu é que disse que tinha sido hoje de manhã porque falar com esta actualidade temporal dá um certo e inexplicável charme à história. Imaginam este texto a começar por "há não sei quanto tempo atrás"? Ridículo.
Estava eu então a experimentar este gel de banho que prometia um "efeito refrescante". Passei-o no tronco, e não senti nada de mais. Desci mais um pouco na minha fisionomia e, aí sim, senti o prometido "efeito refrescante". Mas o efeito começou a acentuar-se... Acentuou-se ainda mais... Mais um bocadinho ("ok, isto está a ficar refrescante demais", pensei eu)... Ainda mais um pouquinho (*grunhidos de desespero*)...
Já não sabia o que fazer. Atirei o gel para o lado, peguei no chuveiro e passei água até aquela sensação agora dramática, trágica e horrorosa se desvanecer. O que não resultou por completo. Fechei a água em pânico e resolvi limpar-me à toalha. E a situação lá se começou a compor, vagarosamente.
Quando me recompus, fui olhar com mais atenção para a embalagem daquele diabólico gel de banho. E aí me deparei com um minúsculo, mas estarrecedor "não aplicar em zonas sensíveis, em particular os olhos e a zona púbica".
Acho notável como alguém tem a ideia de criar um gel de banho que não pode ser aplicado na zona púbica. E quem diz essa, diz outra qualquer zona. Acho que a próxima criação vai ser o gel de banho que não pode ser aplicado nos mamilos. De seguida virá o gel de banho que não pode ser aplicados nos sovacos, e que virá com um agora maiúsculo "recomendamos também o uso do perfume X que, por acaso, também é da nossa marca". E esta espiral de genialidade culminará com um champô do estilista Miguel Vieira (sim, que isto vai ser moda, não vão ser apenas produtos de banho no mercado...) que não pode ter contacto com... cabelos! Perfeito para o Miguel Vieira, aliás. Mais: acho que era à falta de um produto assim que o Pedro Abrunhosa se referia quando numa das suas músicas ("Momento") pedia que lhe soltassem o cabelo. Não sei porquê, sempre me deu a sensação de que era uma metáfora! E quem é que tinha razão, quem era? Pois claro... Não é, Elias? Agora quem vai ter de pagar umas bejecas amanhã na tasca do Edgar? Ah, pois é! Eu sempre disse que era uma metáfora e nunca ninguém acreditou em mim!
Com este episódio me despeço por hoje. Leiam bem as embalagens daquilo que vão esfregar no corpo.

PS: Tu também, Armindo! Não penses que me esqueci que também apostaste bejecas comigo, meu animal! Aliás, não foste tu que prometeste também amendoins?

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

O Passeio


Hoje estava a passear na rua. Estava a passear pedalando no meu triciclo branco com o Sonic estampado. (o velhinho Sonic!! O que é feito dele?) Bem, lá ia eu pedalando quando a dada altura me surge um obstáculo. (um buraco? um carniceiro?) Era um maquievélico caracol. Daqueles que se babam enquanto se arrastam. Estar-se-ia a babar por me ver? Não. Ele estava-se a babar porque todos os caracóis se babam. E aqueles que não s babam, é porque foram pisados ou comidos por galinhas. Minto!! Como é que eu me podia esquecer do célebre "Á CARACOIS"?? Um benfiquista que se preze, tem de comer o belo caracol com o palitinho. Portanto, babam-se todos aqueles que nao foram comidos por benfiquistas, por galinhas ou pisados.

Bem, ao deparar-me com o assombroso caracol, tentei fugir. Mas para onde? E como? Ele não iría ficar de braços cruzados certamente. Se ao menos não viesse descalço... Atirava-lhe com o meu sapato. Mas as unhas também merecem respirar. Sim!! Porque durante a noite estão sufocadas pelos lençois da cama, durante o dia estranguladas pelas meias (ou peúgo) e ao chegar a casa são "afogadas" durante o meu banho de sais. Por isso decidi andar descalço durante o dia, dormir com os pés de fora e tomar banho somente sentadinho no bidé.

Chiça... o caracol continua mesmo à minha frente e parece estar indeciso quanto ao lado para o qual seguir. Esquerda ou direita? Se já nem os próprios deputados se entendem, quanto mais um mero (mas assombroso) caracolinho! Eu tentei a finta à Quaresma... mas lembrei-me que ainda falta tempo para a Páscoa. Tentei tanta coisa... Até soprei! Mas nada. Continuou a olhar-me com raiva.

Aproximou-se, então, de mim um Professor de Origami e disse: "epa... porque é que estás a fazer juízos de valor? Quem é que te disse que o caracolinho não te está a mandar beijinhos com a sua boquinha mimosa? Ou a piscar o olho!! Porque é que pensas logo que te vai fazer mal? Hein?"

E eu avancei com o meu triciclo esmagando completamente o nojento caracol.

Autocarro béléléu!


Hoje vinha no Autocarro um indivíduo que tinha acabado de chegar de Braga. Um qualquer coisa Fernandes, creio. Pareceu-me ouvir Zé.

Aparentemente, o Zé estava escandalizado com o episódio de "censura" que em tais terras minhotas tinha ocorrido. Os caros passageiros, como gente inteligente que são (estão a ler este blogue) certamente já estão a par da situação. A PSP apreendeu alguns exemplares do livro "Pornocracia", de Christine Breillat, por ter recebido queixas de que o conteúdo da capa do mesmo seria pornográfico (trata-se do quadro "A Origem do Mundo", de Gustave Courbet). Para quem tenha prescindido dos meios de comunicação social (como vos compreendo, meus amigos) e desconheça este caso, fica aqui um link da notícia:
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1366440&idCanal=62 (Aviso importante: conteúdo gráfico passível de ferir susceptibilidades)

O amigo dele (creio que também se chamava Zé, por acaso, mas chamá-lo-ei "Amigo"), vestido com uma grande túnica roxa, dizia-lhe que, por muito que também apreciasse umas boas e roliças coxas e por muito aborrecido que fosse, devíamos respeitar as pessoas mais impressionáveis. E agora vou passar a transcrever em discurso directo o debate que entre eles decorreu, que eu sou só um motorista, não tenho nada que saber fazer narrações em discurso indirecto.

: "Então pá, mas a ideia é mesmo chocar, como forma de atrair a atenção das pessoas e mudar-lhes a mentalidade!"
Amigo: "Então porque é que não te despes e vais ali para o varão dançar para chamar a atenção dos passageiros que aqui estão e pregar-lhes as tuas ideias?... Ah, pois... Não resultava porque eles iam virar a cara e a tua ideia tinha o efeito oposto ao desejado."
: "Não sejas assim, pá. Mas aquilo é uma obra de arte reconhecida, de um reconhecido artista francês. E de qualquer modo, isto é censura à moda antiga, onde está a liberdade de expressão?"

E aqui a minha mente divagou e não ouvi mais nada. Comecei a pensar em quão delicioso seria poder conduzir nu este autocarro, com o suave sopro da Natureza a acariciar os recantos mais obscuros da minha anatomia. Epá, esta coisa da liberdade de expressão é mesmo um espectáculo. E tal como o Gustave Courbet e sua Origem do Mundo, também eu considero certas partes minhas geralmente ocultas pelo uniforme verdadeiras obras de arte, o que me faz estar ainda mais desculpado por guiar nu um transporte público. Certamente que a Cláudia Vieira é mais escultural, mas bem... Quem é o Gustave Courbet afinal? Digamos que a Cláudia é o van Gogh e eu o Courbet. Se o Courbet pode considerar-se arte, porque não eu?

Mas depois ecoou a voz do amigo do Zé na minha cabeça, que dizia que devíamos respeitar as pessoas impressionáveis. Ainda por cima essas são geralmente pessoas de alguma idade, um segmento importante da população para os transportes públicos. Será que realmente teria menos gente no autocarro se o conduzisse nu? Prefiro não arriscar, de facto. A coisa está a correr bem como está agora. E pensando bem, trabalhar nu é uma ambição luxuriosa que almejo, mas se estiver vestido também não é mau, sou feliz assim. Não custa nada respeitar as susceptibilidades de alguns, por muito frustrantes que sejam para nós. Para quê teimar? Podemos sempre dar-nos a estes pequenos prazeres na nossa privacidade, onde não ferimos nada nem ninguém.

Ainda ouvi o amigo do Zé dizer-lhe que a liberdade é um dom, sim, mas que não deve ser confundida com libertinagem e leviandade, ainda que todas as palavras começassem por L e fossem polissílabas. E que com a liberdade vem a responsabilidade.

"Porra, pá! Já estás a falar caro de mais para mim. Pensas que eu leio o dicionário da Academia de Ciências ou quê? Olha, compra mas é o livro de bolso do acordo ortográfico, que no Brasil não há cá dessas mariquices caras e além disso ficas atualizado, sem "c". E além do mais, já não fazes figuras tristes nem me envergonhas à frente das minhas amigas, e até já podes falar com elas no mesmo dialecto. Dialeto, desculpa.", concluiu o Zé. E saíram do autocarro. Ou será ônibus?

Concurso de sopa de couve


Numa bela quinta na Beira-Alta, uma multidão de gente rural assiste euforicamente à prova de sopas que o júri se encontra a fazer.

Repórter: Chegou-se-me agora a informação de que o campeonato nacional de xouepa de couebe este anho está rinhidio!
Popular: Bamus lá!! Tchupem estes caldinhos! Há xupainha de couebe da berde. Couebe flôr. Coube de Bruxelaje. Couebe minina. Couebe p'ra galinhas. Couebe de xupermercado. Couebe de mirciaria. Couebe rôtxa! Couebe galêga! Couebe couebe e mais couebe! Muito tipo de couebe!

(Aproxima-se da mesa do júri com um tupper-ware: "Ora aqui têm um saborzinho a campeão!")

(…)

Após varias vezes chamado o nome de Damásio Silva, detentor do titulo de campeão nacional do ano anterior, o júri resolveu telefonar-lhe.

Júri: Damásio! O que é que se passa? Estamos todos à tua espera!

Damásio: Oh… eu peço muitas desculpasss… mas estou qui cum problema!

Juri: Então? O que se passa?

Damásio: O tupper-ware não couve na mala!!

Aviso: façam o favor de ler


Ora… sentado num belo sofá de molas murchas (é duro meu Deus!!), com pantufas bem fofinhas calçadas, encontro-me perante um cenário que me é familiar. Olho em meu redor e tudo é de naperon! Nesta sala consegue-se contar dois naperons por cada peça de decoração. Uma jarra chinesa… colocada em cima de um naperon e, para que não entre pó (nunca percebi o sentido disto mas garanto que é verdade. Estou a ver com os meus dois “olhos que a terra há de comer!”) outro naperonzinho colocado por cima. Depois, uma prateleirinha, de madeira chinesa, forrada a naperon (lindíssima!) onde está exposta toda uma valiosíssima colecção de pratos chineses. E podia estar aqui a descrever esta tão encantadora sala, mas o império chinês é bem conhecido pelo seu regime e não fui autorizado a divulgar mais informação.

Mas tanto me entusiasmei a olhar que nem cheguei a revelar a razão pela qual tudo isto me é familiar. Pois bem… a minha mente é tal e qual como um naperon! É trabalhada diária e sistematicamente, com o intuito de se tornar mais linda, perfeitinha e útil. E mesmo que não seja útil, arranja-se alguma maneira de a tornarl! Tal como os naperons. Trabalha-se sem parar e destinam-se a todos os sítios! Se se faz um e já existe um por baixo da televisão e outro por cima… simples! “fica mais bonito com dois por baixo do televisor, não fica?” Perante isto… aqui podem encontrar a metáfora da minha mente. Sempre útil, bonita, perfeita e para todos os gostos, independentemente de se é, ou não, verdade.

Aproximo o aquecedor (a óleo para não queimar muito o ar) enquanto tento resolver o cubo mágico (ainda não consegui porque o estou a fazer com os pés!) e começo a desabafar acerca de naus perdidas no oceano que existe dentro do aquário a que dou o nome de “minha cabeça”…

“Fiel ou Infiel”! Que bom programa, não era? Na minha opinião, era o mesmo do que estarmos a ver pornografia gratuita mas com um inconveniente: aparecia sistematicamente um anúnciozinho que dizia “Párou!!! Oh Nossa Sinhora! Párou tudo!”. Só quem não tinha mais nada que fazer ou carecia de inteligência é que via aquilo. Curioso é, no entanto, ter-se registado nesse ano o número de casamentos, em Portugal, mais baixo das últimas décadas. Assim, se os portugueses aderiram em massa, cabe a cada um de nós tirar as suas próprias conclusões. Mas não tirem tantas conclusões quanto o numero de vezes que o filme “Titanic” passa na TVI na época natalícia. O final é sempre o mesmo meus caros… não vale a pena perderem quatro horas. Comam antes umas rabanadas!

E já que falei em casamento, falo agora em filhos. Andou à cerca de três anos (creio eu) desaparecida uma bebé, de seu nome Andreia Elisabete. Hummm… eu também fugia se tivesse aquele nome! Francamente não compreendo a mania de alguns pais darem dois nomes aos filhos. João André vá lá, ate nem fica mal. Lourenço Maria, até é bem bonito. Mas Andreia Elisabete?! Isso é coisa que se faça a uma criança?!! E mais! Suponhamos que a criança foi abandonada pelos pais ou ficou sem eles. Chega a um orfanato e diz (se já souber falar ou então através de um cartãozinho escrito por alguém): “sou órfão”. E a Irmã pergunta-lhe: “como te chamas minha filha?” Ao que ela responde “Andreia Elisabete”. “ohhhh… já não temos lugar para ti, pois aquele menino passou à frente.” (o menino que a ultrapassou, por acaso, chamava-se Lourenço Maria.)

Bem… ao ligar o rádio, soube que o cientista responsável pela clonagem da ovelha Dolly apoia a clonagem nos seres humanos. O indivíduo escolhido foi o agora brilhante cantor José Castelo Branco. Porquê? Porque pelos vistos estão à procura de alguém com interesse de estudo para a ciência e, para não causar lutas entre sexos, procuram alguém que esteja lá pelo meio. A má noticia (vem sempre atrás!) é que vamos passar a ter mais do que um Zézé Castelo Branco!! A boa noticia é que, se tudo correr como à ovelha Dolly, morrerão todos ao fim de um mês. Ainda houve um grupo de pessoas que tentou que as células de Francisco Adam, mais conhecido por nome de cão (Dino), fossem as escolhidas para a clonagem e o grupo tinha o apoio dos dealers da zona. Mas felizmente a Querqus interveio logo a favor da preservação dos eucaliptos.

Entra neste momento a minha namorada na sala e sussurra-me ao ouvido “Quero ter um filho teu…”. Mas os trinta minutos que aqui estive sentado a escrever, foram fatais. Trinta minutos de contacto directo do portátil com o meu “colo”. Aquilo de ter de fazer uma pausa de quinze em quinze minutos é verdade? (temo que sim…) E, por isso, a partir de hoje sou um jovem de vinte anos com uma vida cheia de cor pela frente… mas infértil. Fiz isto por um sonho. O sonho de conduzir este autocarro.

Infértil estou eu, desgraçado… mas a minha mente será sempre como um naperon.
Bem-haja!

O autocarro quase se despistava hoje


O Autocarro quase se despistava hoje.

Não, não foi a Cláudia Vieira que atravessou a passadeira, nem mesmo a Rita Pereira que vinha a cavalgar pela calçada. Vinha um empresário no Autocarro com um potencial patrocinador (iam sentados nos lugares das grávidas, diacho desta gente de negócios, é sempre a mesma coisa). Dizia o empresário que valia a pena patrocinar o seu novo bar-restaurante pois era um espaço muito agradável, com palco e música ao vivo. O outro marmanjo perguntou-lhe então que bandas famosas já lá tinham ido tocar. A resposta foi: "Bem... Já lá tivemos.. hmm... o Paulo Gonzo... hmmmm... os Índice... hmmm... E mais alguns."

Não ouvi mais nada. E o Autocarro abanou no meu segundo de estarrecimento.

Fiquei desolado. Derreado.

O meu sonho de criar uma banda chamada Os Capítulos havia-se desvanecido naquele momento. Eu queria formar Os Capítulos e ter os Índice para fazer a primeira parte dos concertos. Mas afinal os Índice são famosos! E agora? Os Índice são famosos e nunca aceitariam abrir o concerto de outra banda. Com esta é que eu não contava!
Mas depressa me recompus. Ora bem, então afinal os Índice são famosos. Ok, isso não me parará. Se são famosos, então precisam de alguém para abrir os concertos. Então inverti a coisa (inverti a marcha também porque havia um acidente de um carro de matrícula francesa na Almirante Reis) e decidi criar os Prefácio, para abrir os concertos dos Índice.

Hesito.


Os Prefácio ou os Paratexto Com Informação Sobre O Livro, A Sua Tiragem E A Editora? Qualquer um dos dois antecederia com nível os Índice.
Talvez o caro passageiro possa formar uma opinião.
E daqui a uns meses vemo-nos entre o cintilar das luzes multicolores de um palco abrilhantado pela famosa presença dos Índice.

Até lá, continuem a pressionar o botão Stop.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Serão as portas do Céu automáticas?


Não!

As portas do Céu [doravante PC] não são automáticas. Se fosse esse o caso, S. Pedro estaria desempregado, e creio que isso não é possível no Céu, visto que o conceito de Estado-Providência ainda não chegou a tais paragens, pelo que ainda não existe fundo de desemprego.

Além disso, se as portas fossem automáticas, haveria sempre um vasto numero de idiotas que acabavam por voltar atrás, fosse por diversão ou por ficarem tontos. Isto não acontece pois, não há memória de ninguém voltar atrás, ou seja, de ressurreições. A não ser a do próprio Jesus (é incrível como até mesmo no Céu, e já há 2009 anos atrás, os governantes fazem favores aos filhos, afilhados e amigos, mas o povo nunca tem direito a nada...).

As PC seriam mais facilmente comparáveis a uma discoteca reservada e S. Pedro seria o porteiro. S.Pedro seria um pretão de 2 metros e suaves 110 kg. Quem está na guestlist? "Muito bem. Toca a entrar!" Quem não está? Não entra e é mandado para morrer nas chamas do purgatório. (pelo menos é quentinho) Mandado morrer nas chamas do purgatório tal e qual como na nossa vida real! O penetra que não está na guestlist, se é descoberto (!!), vai ter de ir para uma tasca barata enfrascar-se e o resultado é justamente a sensação de se estar a morrer nas chamas do purgatório. A sensação é essa, pelo menos na garganta.


Posto isto... as portas do Céu não são automáticas!