Ora… sentado num belo sofá de molas murchas (é duro meu Deus!!), com pantufas bem fofinhas calçadas, encontro-me perante um cenário que me é familiar. Olho em meu redor e tudo é de naperon! Nesta sala consegue-se contar dois naperons por cada peça de decoração. Uma jarra chinesa… colocada em cima de um naperon e, para que não entre pó (nunca percebi o sentido disto mas garanto que é verdade. Estou a ver com os meus dois “olhos que a terra há de comer!”) outro naperonzinho colocado por cima. Depois, uma prateleirinha, de madeira chinesa, forrada a naperon (lindíssima!) onde está exposta toda uma valiosíssima colecção de pratos chineses. E podia estar aqui a descrever esta tão encantadora sala, mas o império chinês é bem conhecido pelo seu regime e não fui autorizado a divulgar mais informação.
Mas tanto me entusiasmei a olhar que nem cheguei a revelar a razão pela qual tudo isto me é familiar. Pois bem… a minha mente é tal e qual como um naperon! É trabalhada diária e sistematicamente, com o intuito de se tornar mais linda, perfeitinha e útil. E mesmo que não seja útil, arranja-se alguma maneira de a tornarl! Tal como os naperons. Trabalha-se sem parar e destinam-se a todos os sítios! Se se faz um e já existe um por baixo da televisão e outro por cima… simples! “fica mais bonito com dois por baixo do televisor, não fica?” Perante isto… aqui podem encontrar a metáfora da minha mente. Sempre útil, bonita, perfeita e para todos os gostos, independentemente de se é, ou não, verdade.
Aproximo o aquecedor (a óleo para não queimar muito o ar) enquanto tento resolver o cubo mágico (ainda não consegui porque o estou a fazer com os pés!) e começo a desabafar acerca de naus perdidas no oceano que existe dentro do aquário a que dou o nome de “minha cabeça”…
“Fiel ou Infiel”! Que bom programa, não era? Na minha opinião, era o mesmo do que estarmos a ver pornografia gratuita mas com um inconveniente: aparecia sistematicamente um anúnciozinho que dizia “Párou!!! Oh Nossa Sinhora! Párou tudo!”. Só quem não tinha mais nada que fazer ou carecia de inteligência é que via aquilo. Curioso é, no entanto, ter-se registado nesse ano o número de casamentos, em Portugal, mais baixo das últimas décadas. Assim, se os portugueses aderiram em massa, cabe a cada um de nós tirar as suas próprias conclusões. Mas não tirem tantas conclusões quanto o numero de vezes que o filme “Titanic” passa na TVI na época natalícia. O final é sempre o mesmo meus caros… não vale a pena perderem quatro horas. Comam antes umas rabanadas!
E já que falei em casamento, falo agora em filhos. Andou à cerca de três anos (creio eu) desaparecida uma bebé, de seu nome Andreia Elisabete. Hummm… eu também fugia se tivesse aquele nome! Francamente não compreendo a mania de alguns pais darem dois nomes aos filhos. João André vá lá, ate nem fica mal. Lourenço Maria, até é bem bonito. Mas Andreia Elisabete?! Isso é coisa que se faça a uma criança?!! E mais! Suponhamos que a criança foi abandonada pelos pais ou ficou sem eles. Chega a um orfanato e diz (se já souber falar ou então através de um cartãozinho escrito por alguém): “sou órfão”. E a Irmã pergunta-lhe: “como te chamas minha filha?” Ao que ela responde “Andreia Elisabete”. “ohhhh… já não temos lugar para ti, pois aquele menino passou à frente.” (o menino que a ultrapassou, por acaso, chamava-se Lourenço Maria.)
Bem… ao ligar o rádio, soube que o cientista responsável pela clonagem da ovelha Dolly apoia a clonagem nos seres humanos. O indivíduo escolhido foi o agora brilhante cantor José Castelo Branco. Porquê? Porque pelos vistos estão à procura de alguém com interesse de estudo para a ciência e, para não causar lutas entre sexos, procuram alguém que esteja lá pelo meio. A má noticia (vem sempre atrás!) é que vamos passar a ter mais do que um Zézé Castelo Branco!! A boa noticia é que, se tudo correr como à ovelha Dolly, morrerão todos ao fim de um mês. Ainda houve um grupo de pessoas que tentou que as células de Francisco Adam, mais conhecido por nome de cão (Dino), fossem as escolhidas para a clonagem e o grupo tinha o apoio dos dealers da zona. Mas felizmente a Querqus interveio logo a favor da preservação dos eucaliptos.
Entra neste momento a minha namorada na sala e sussurra-me ao ouvido “Quero ter um filho teu…”. Mas os trinta minutos que aqui estive sentado a escrever, foram fatais. Trinta minutos de contacto directo do portátil com o meu “colo”. Aquilo de ter de fazer uma pausa de quinze em quinze minutos é verdade? (temo que sim…) E, por isso, a partir de hoje sou um jovem de vinte anos com uma vida cheia de cor pela frente… mas infértil. Fiz isto por um sonho. O sonho de conduzir este autocarro.
Infértil estou eu, desgraçado… mas a minha mente será sempre como um naperon.
Bem-haja!
Bem-haja!
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