terça-feira, 2 de junho de 2009

A malta lá do burgo... Estrasburgo




Sim. É mesmo um post novo. Mais de dois meses depois, o Autocarro volta a ter rodas. De facto, houve uma pausa para revisão e mudança de óleo, mas hoje o Autocarro regressa à estrada e aos seus fiéis passageiros, proporcionando-lhes o one night stand que tão carinhosa e insistentemente pediram. Com as férias a aproximar-se a passo largo e os biscates dos motoristas (leia-se estudos) perto de findarem, isto não será mais, espera-se, um mero one night stand, mas antes, e uma vez mais, um serviço regular aos cidadãos. E não comparticipado pelo Estado.

E em boa hora menciono o Estado. Pois é mesmo de política que hoje se fala no Autocarro. Aliás, outro regresso não seria de esperar senão a escassos dias de umas eleições. Quem não gostar de dizer mal dos políticos, que pressione o botão de Stop. Bem me pareceu que não ia ter de parar. E agora quem vai exercer o direito de voto que pressione o botão de Stop. Pois, também achei que só íamos parar lá mais à frente.

Mas vamos então falar um pouco das eleições europeias que estão aí a rebentar. Antes de mais, partilho convosco um sítio que achei engraçado, onde podem descobrir com que partido têm mais semelhanças, respondendo a algumas perguntas rápidas. A ligação é a seguinte: http://euprofiler.eu/ . Eventualmente, as coisas mais interessantes que descobrirão neste sítio nem estão relacionadas com o resultado do teste em si, saber que partido tem ideologia mais parecida com a vossa. Pessoalmente, as duas coisas mais fascinantes que descobri com esta ligação são que temos 16 opções de voto (15 partidos mais o voto em branco - parece que, entretanto, houve 2 que ficaram pelo caminho e não vão surgir no boletim de voto) e que vários partidos que vão às urnas nestas eleições europeias são... anti-europeístas. Aliás, se dúvidas houvesse sobre isso, o tempo de antena do Partido Popular Monárquico tratou de as dissipar com a maior das eficácias. O candidato do PPM usou o tempo de antena para referir que é inaceitável a integração de Portugal na União Europeia, que esta ideia só serviu para nos espoliar e que, em 1986, não foi Portugal que entrou para a CEE, mas sim a CEE que entrou em Portugal. Após esgrimir mais alguns argumentos, o dito candidato terminou com um efusivo: "E é por isso que o PPM vai à Europa!". Notável. Acho de uma coragem inaudita ir refilar contra a ideia da União Europeia no seio da União Europeia. E, num contexto de crise como o que vivemos, é de aplaudir todos aqueles que, não se conformando com as dificuldades, aceitam ir trabalhar e receber dinheiro para uma instituição que odeiam. Como a vida está dura! Só posso imaginar a garra com que este partido irá lutar pela saída de Portugal da UE nas legislativas, que é, parece-me, uma ocasião um pouquinho mais oportuna para lutar por isso. Bem... Outra hipótese é, quando chegarmos às legislativas, já toda a gente se estar a borrifar para a Europa. Toda a gente?... Não toda. As crianças lembrar-se-ão, visto que o PS se prepara para extraditar o Avô Cantigas para animar as hostes lá por Estrasburgo e Bruxelas. Esperemos que o PSD não se lembre, à última da hora, de eleger a Floribella em vez de Paulo Rangel, ou as criancinhas portuguesas ficarão totalmente órfãs. E se o PS tem o Avô Cantigas, já o BE tem o Fantasminha Brincalhão (para os menos informados, é a personagem de uma música do dito artista). Só lhe falta mesmo levitar e "fazer boo boo, boo boo".

Termino exortando todos a ir exercer o direito de voto, que é também cumprir um dever. Mas, ao contrário do que muitos pensam, é muito mais um direito do que um dever. Um direito que, estupidamente, continuamos a desvalorizar e desperdiçar. O direito de reagir, combater a mediocridade das pessoas que nos governam e exigir melhor. E também volto a recordar que o voto em branco é tão válido e útil como o voto no PS, no PSD, no MPT, no PNR ou noutro qualquer partido. Vão às urnas dizer o que pensam, com uma só cruz num quadrado ou então nenhuma. Neste nosso país, nunca é demais difundir esta mensagem didáctica.

Encontramo-nos por lá. E por aqui também, em breve e, assim os astros o queiram, com mais frequência.

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