quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Psycho: susto na banheira

"O drama! A tragédia! O horror..."
Começo hoje citando uma grande personagem e figura incontornável da televisão portuguesa (não tão incontornável como o Fernando Mendes e a sua barriga, mas ainda assim ostenta um ventre de respeitável porte), Artur Albarran.
E cito-o por uma simples razão e que se prende não com a autoridade que palavras de alguém como o Artur conferem a este meu texto, não com a sapiência dessas mesmas palavras, mas sim porque...
... bem, porque foi o que senti hoje de manhã no banho.
Tudo se passou ao experimentar um novo gel de banho que me haviam oferecido, de uma marca bem posicionada no mercado da qual não vou mencionar o nome. Para não a difamar. E também porque já não me lembro do nome mesmo, na verdade isto não se passou hoje de manhã mas já há uns tempos atrás, eu é que disse que tinha sido hoje de manhã porque falar com esta actualidade temporal dá um certo e inexplicável charme à história. Imaginam este texto a começar por "há não sei quanto tempo atrás"? Ridículo.
Estava eu então a experimentar este gel de banho que prometia um "efeito refrescante". Passei-o no tronco, e não senti nada de mais. Desci mais um pouco na minha fisionomia e, aí sim, senti o prometido "efeito refrescante". Mas o efeito começou a acentuar-se... Acentuou-se ainda mais... Mais um bocadinho ("ok, isto está a ficar refrescante demais", pensei eu)... Ainda mais um pouquinho (*grunhidos de desespero*)...
Já não sabia o que fazer. Atirei o gel para o lado, peguei no chuveiro e passei água até aquela sensação agora dramática, trágica e horrorosa se desvanecer. O que não resultou por completo. Fechei a água em pânico e resolvi limpar-me à toalha. E a situação lá se começou a compor, vagarosamente.
Quando me recompus, fui olhar com mais atenção para a embalagem daquele diabólico gel de banho. E aí me deparei com um minúsculo, mas estarrecedor "não aplicar em zonas sensíveis, em particular os olhos e a zona púbica".
Acho notável como alguém tem a ideia de criar um gel de banho que não pode ser aplicado na zona púbica. E quem diz essa, diz outra qualquer zona. Acho que a próxima criação vai ser o gel de banho que não pode ser aplicado nos mamilos. De seguida virá o gel de banho que não pode ser aplicados nos sovacos, e que virá com um agora maiúsculo "recomendamos também o uso do perfume X que, por acaso, também é da nossa marca". E esta espiral de genialidade culminará com um champô do estilista Miguel Vieira (sim, que isto vai ser moda, não vão ser apenas produtos de banho no mercado...) que não pode ter contacto com... cabelos! Perfeito para o Miguel Vieira, aliás. Mais: acho que era à falta de um produto assim que o Pedro Abrunhosa se referia quando numa das suas músicas ("Momento") pedia que lhe soltassem o cabelo. Não sei porquê, sempre me deu a sensação de que era uma metáfora! E quem é que tinha razão, quem era? Pois claro... Não é, Elias? Agora quem vai ter de pagar umas bejecas amanhã na tasca do Edgar? Ah, pois é! Eu sempre disse que era uma metáfora e nunca ninguém acreditou em mim!
Com este episódio me despeço por hoje. Leiam bem as embalagens daquilo que vão esfregar no corpo.

PS: Tu também, Armindo! Não penses que me esqueci que também apostaste bejecas comigo, meu animal! Aliás, não foste tu que prometeste também amendoins?

4 comentários:

  1. meus queridos correspondestes,insaciáveis buscadores do absoluto,subiram ao monte do parnáso ao escreverem tal arquivo
    Qual Beaumont,qual Aristóteles,qual Camoes,qual Julio Dinis,a arcadia portuguesa regressa e despoja o seu estilo neo classico para ser um cronismo satirico de costumes...
    tao sapientes de costumes, nao deveriam ler pelo menos as embalagens,esta marca nao deve ser a unica em tais condiçoes...:P

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  2. Como é que eu ainda não tinha lido esta obra prima do meu estimado autor Pedro Cunha Matos??? Será possível ter desperdiçado noites e noites de insónia, sem dar a sonante gargalhada que deixei escapar (sob risco de ser expulsa do prédio. que hoje em dia, já diz a minha tia avó Marquinhas, as paredes são feitas de papel...)ao ler este texto??? Parece que sim,lol!

    Bem, na verdade eu não tenho nenhuma tia avó Marquinhas, mas achei que daria um certo"ar" (adoro esta expressão. Ah e tal, dá-lhe um certo ar! Ar? Dar ar? Porquê? Adiante...), e de qualquer forma o teu texto também não foi escrito hoje ;)!

    Ao ler aquela referência aos caracóis do Pedro abrunhosa soltos ao vento, lembrei-me de uma musica cuja letra tb m faz uma certa confusão. Peço desculpa aos caríssimos leitores por referir-me a uma artista da chamada musica popular portuguesa, mas é inevitável. Senão reparem:

    Ponto 1 - Os três maires êxitos da dita artista, são "Afinal Havia Outra", "Na Minha Cama Com Ela", e "Anjo da Guarda".
    Alguém consegue imaginar o que lhe poderia acontecer mais se ela NÃO tivesse um anjo da guarda?!????????


    Ponto 2 - A certa altura da letra de um destes grandes hits, a respectiva cantora, depois de dizer: "...na minha cama com ela, tu e ela na loucura...perdido nos braços dela em mt mais que uma aventura, o teu corpo, junto ao dela...na minha cama com ela!", começa a estrofe seguinte com: "Hoje quero esquecer esse quadro, mas não posso, terei até morrer os mesmos lençóis que eram nossos..."
    Ora, eu já tinha ouvido dizer que a musica em Portugal não dá dinheiro, mas...não há uma alminha caridosa que ofereça uns lençóis novos à rapariga?!??

    Bem, agora que já divaguei, vou esperar por Quinta feira para poder ler o que se tem passado no meu autocarro preferido. O 600 - ou 4M, qd passa à rede da madrugada - também não está mal, mas o coa C, tirando o titulo um pouco machista, acho que consegue superá-lo ;)))!

    Até lá!!!



    Carrie

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  3. Pois bem, meu caro Pedro. Eu posso testemunhar que realmente estes gels (ou talvez geis?) de banho são um tanto estranhos, porque me aconteceu algo bastante semelhante! A parte do "não utilizar nas zonas púbicas" é realmente genial, e lembra-me da razão pela qual os franceses inventaram o perfume.

    Proponho então um tema para o teu blog! Aqui vai:
    Pessoas que deixam o computador ligado durante a noite e fazem questão de deixar o messenger ligado, com o estado "ausente" e escrever "a dormir".

    Abraço, rapaz!

    Bruno

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  4. Já agora aproveito o palpite do Bruno para o tema " pessoas que escrevem a vida toda, mais a da tia, das avós e das primas na frase do msn" ;))


    Carrie

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