segunda-feira, 24 de agosto de 2009

O país às cores - 1ª Parte


"Estamos na altura deles!" - quem o diz é o Ti António, sobre os morangos na Primavera. Mas também sobre os alertas da Protecção Civil, mas estes agora no Verão. Esta estação do ano, o mês de Agosto em particular, é particularmente fértil nestes alertas. A Protecção Civil acha oportuno colocar distritos, por vezes o país inteiro, "em alerta". Isto devido a dias de calor um pouco mais intenso. A ideia é complementar os avisos e recomendações aos grupos mais susceptíveis, como os idosos. Pelo menos para os do sexo masculino pode ser que resulte. A palavra "estado de alerta" tem um significado muito veemente para eles, que, em larga percentagem, são ex-combatentes, dos tempos em que havia guerras, claro está. Nesse aspecto, talvez seja de facto um gesto de iluminação criar estes alertas, para levar os velhotes a usar bonés e aproveitar sombras. Soldado sem boné vai lavar latrinas.

Apesar de, como disse, os alertas florescerem no Verão como os morangos na Primavera, eles tendem a surgir ao longo de todo o ano. Se são geneticamente manipulados ou não, isso eu não sei. Mas, tal como as bruxas, que os há, há. E uma coisa que poderei contar aos meus netos é que assisti ao país em alerta amarelo por causa de um chuvisco. E, se o termómetro baixava muito, o alerta passava a laranja. E esse "muito" significa uma temperatura mínima de 5 graus, digo eu. Se não fossem mais.

Isto leva-me a questionar: teremos nós, que nos preparamos para acolher prisioneiros de Guantanamo, a trabalhar na Protecção Civil e no Instituto de Meteorologia alguns dos génios da Área 51? Terá chegado a nossa grande amizade com os E.U.A. (que começou porque o Salazar não era comunista, o que lhe bastou para ter os democráticos E.U.A. a beijar-lhe os pés nos tempos da Guerra Fria) a tal ponto de cooperação estratégica?

Passo a explicar: é que só assim se justificaria colocar o país em alerta. Só mesmo tendo esses profissionais da Área 51 a desconfiar de uma invasão alienígena, disfarçada nos aguaceiros ou nos raios UV mais fortes, quando está calor. É que já toda a gente sabe que quando faz frio é preciso usar casacos e que quando faz calor é bom ir para a sombra. E ainda há comunicação social (mais que nunca) para recordar os mais distraídos e sensibilizar os mais teimosos. Mas não, estes avisos tinham de ser em formato de "alerta". Vão por mim: não é o D. Sebastião que vai chegar num dia de nevoeiro. É o Zorg 5800 e a sua tripulação invasora. Se não for esse o caso... Alguém arranje um dicionário aos indivíduos da Protecção Civil, a ver se descobrem uma palavra mais adequada do que "alerta". E ponham o Marco Paulo a falar com os velhotes, em vez de confiarem nos telejornais. Perguntem à Danacol e aos dos aparelhos auditivos se não pega.

(continua...)

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